Agronegócio investe forte na indústria. Frango gera renda para 550 mil pessoas.

Após duas décadas de estruturação, a agroindústria do Paraná volta a investir pesado em sua expansão, fortalecendo o setor em âmbito nacional. Indicadores como produção, faturamento, recursos destinados a novos empreendimentos e exportações comprovam o crescimento da atividade. Um único setor oferece renda a 550 mil pessoas, 5% da população do estado, caso da avicultura, que registrou verdadeira ex­­plosão e ex­­por­­ta mais de 1 mi­­lhão de toneladas de carne ao ano. As apostas se confirmam em dados co­­mo os do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). De 2005 para cá, os financiamentos concedidos pela instituição a agroindústrias de alimentos triplicaram, passando de R$ 200 milhões. Das cooperativas do Paraná vem outro indicativo: metade dos R$ 1,1 bilhão de investimentos em 2011 tem sido aplicada diretamente nas atividades agroindustriais. De 2004 a 2010, o Produto Interno Bruto (PIB) da agroindústria nacional registrou um incremento médio de 2% ao ano, segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplica (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP), realizado em conjunto com a Confederação Nacional da Agricultura (CNA). A média só não foi maior porque, em 2009, quando o mundo sentiu os efeitos da crise econômica eclodida no ano anterior, o PIB da agroindústria sofreu retração superior a 5%. Também com exceção de 2009, a produção agroindustrial brasileira medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vem acumulando crescimentos sucessivos anualmente, pelo menos desde 2006. Em 2010, o avanço foi de 4,7%, o maior desde 2007, que havia ficado em 5%. No primeiro semestre deste ano, sobretudo pela queda na fabricação de derivados da cana-de-açúcar, a produção agroindústria nacional se retraiu em 3,3%. Em compensação, informa o IBGE, as exportações do agronegócio subiram 23,4% no período, alcançando US$ 43,2 bilhões. Financiamentos No Paraná, onde lideranças e analistas apontam que a cadeia do agronegócio representa um terço de toda a economia do estado, a expansão pode ser medida pelos valores que vêm sendo financiados pelo BRDE. Para novos empreendimentos na indústria de alimentos e bebidas, a mais representativa dentro da agroindústria, o montante liberado saltou de R$ 72 milhões, em 2005, para R$ 216,5 milhões em 2010. Com os R$ 107,8 milhões de janeiro a outubro de 2011, são R$ 854 milhões em financiamentos nos últimos seis anos, informa o gerente de operações do banco no estado, Paulo César Starke Júnior. Responsável por 42% da capacidade agroindustrial do estado, o cooperativismo local prevê para este ano faturamento de R$ 30 bilhões e investimentos da ordem de R$ 1,1 bilhão – 50% disso, para a indústria agro, assegura o superintendente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), José Roberto Ricken.  “Se formos considerar investimentos em armazenagem, logística e distribuição, que atendem as unidades industriais também, temos mais da metade dos investimentos das cooperativas destinados à agroindústria”, ressalta Outro dado ilustrativo vem do comércio exterior. As exportações de produtos da agroindústria estadual seguem em ascensão neste ano. De acordo com relatório da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), no primeiro trimestre deste ano cresceram as vendas ao exterior de alimentos (13,87%), bebidas (39,59%), papel e celulose (8,68%), madeira (13,65%) e carnes bovinas, suínas e de aves (25,67%).

40 anos
Os anos 70 foram o marco inicial da agroindústria no estado. A partir de então, a atividade viveu momen­­tos de altos e baixos. Anos 70 A década de 70 pode ser considera­­da a que marca o início da agroin­­dústria no Paraná. Nessa época, o destaque era a produção de óleo vegetal. O Programa Nacional do Álcool, lançado pelo governo federal em 1975, impulsionou no estado a indústria sucroalcooleira. Anos 80 A partir dessa década, as cooperati­­vas paranaenses passam a investir com mais intensidade também na industrialização de matéria-prima da agricultura. Além do proces­­samento de milho e soja, expan­­dem-se as produções de bovinos, suínos e aves. Anos 90 A instabilidade econômica do final dos anos 80 atinge em cheio as coo­­perativas, base da agroindus­­tria­­liza­­ção do estado. O momento, no en­­tanto, foi decisivo para a estru­­tura­­ção das cadeias produti­­vas atuais. O cooperativismo se recupe­­rou a partir do Programa de Revitali­­za­ção do Setor Cooperativo (Recoop). Anos 2000 De 2003 para 2004, as cooperativas do Paraná aumentam de R$ 450 milhões para R$ 780 milhões seus investimentos globais, impulsiona­­dos principalmente pela agroin­­dústria. Em 2007, esses investimen­­tos ultrapassam a casa de R$ 1 bilhão. Fonte: Site; Jornal Gazeta do Povo (16/11/2011).