Tecnologia promete leite mais barato;

A produção de leite vem crescendo a passos largos no Brasil – e principalmente no Paraná. Mesmo assim, o preço do alimento sobe além da inflação. O que o campo faz diante disso é investir mais em tecnologia e genética para aumentar a ordenha, mostra a Agroleite, feira mais importante da pecuária leiteira do Paraná que começa hoje e segue até sexta-feira em Castro (Campos Gerais), a 150 quilômetros de Curitiba. Essa corrida por produtividade se tornou uma promessa de leite mais barato.

O litro de leite vale entre R$ 0,85 e R$ 1,10 na saída das fazendas e chega às prateleiras dos supermercados a mais de R$ 3, principalmente quando as embalagens destacam alguma característica especial do produto. Neste ano, houve reajuste de 11% no campo e de 18% nas gôndolas, apontam o Conseleite e o Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná. Os preços subiram mesmo após um crescimento de longo prazo na oferta. O Brasil elevou em 17% a produção de leite num período de cinco anos (2008-2012), conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Região Sul teve o maior aumento, de 29%.

 

12% de aumento na captação de leite foi o registrado no Paraná entre maio e junho de 2014, de acordo com o último relatório do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, ligado à Universidade de São Paulo)

Serviço

A Agroleite segue até sexta-feira no Parque Dario Ribeiro, em Castro, na PR 340, km 198. A programação inclui palestras sobre agricultura, suinocultura e eventos como uma exposição de fotos de repórteres da Gazeta do Povo.

Na comparação com os vizinhos do Sul, o Paraná faz frente na expansão da pecuária leiteira, com avanço de 40% no quinquênio, ante 28% de Santa Catarina e 22% do Rio Grande do Sul. Os produtores paranaenses chegaram a 3,97 bilhões de litros em 2012. Em agosto, o estudo sobre o Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária estadual apontou que o Paraná chegou a 4,5 bilhões de litros em 2013, com nova expansão de 13%.

Limite indefinido

O cenário de grande oferta que coloca os preços do milho e da soja sob pressão mesmo num momento de demanda elevada é emblemático, considera o presidente da cooperativa Castrolanda, que realiza a Agroleite, Frans Borg. Em se tratando de commodities agrícolas, ciclos de preços altos sempre são seguidos por temporadas de baixa quando a produção aumenta rapidamente, aponta.

Uma série de fatores têm segurado os preços em patamares elevados. A falta de chuvas no Sudeste abriu caminho para parte da produção de Sul, aponta o veterinário Fábio Mezzadri, técnico do Deral. Houve ainda aumento nas exportações. “De janeiro a junho, o Paraná embarcou 1.969 toneladas, três vezes mais do mesmo período de 2013”, compara, com números da Secretaria de Comércio Exterior.

O primeiro dia da Agroleite mostra que o crescimento na produção vai continuar. Os pecuaristas vão passar a tarde desta segunda-feira ouvindo especialistas em genética de touros e vacas. O setor está partindo para programas coletivos de melhoramento e para seleção de animais a partir de avaliações genômicas, que permitem prever a produtividade dos descendentes de cada animal.

 
Fonte: Jornal Gazeta do Povo
 
Post- Alexandre Drulla