Mapa vai oficializar leilões de trigo nesta semana
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, garantiu nesta terça-feira (16) que amanhã (17) será anunciada a portaria para realização de leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro) no mercado de trigo. A medida, que terá orçamento de R$ 150 milhões visa garantir a sustentação de preços para a triticultura na região Sul do país. A intervenção será complementada
um aporte de R$ 200 milhões para formação de estoques públicos do cereal, na modalidade de Aquisição do Governo Federal (AGF).
“No máximo vai estar liberado até amanhã [as operações de Pepro]. A portaria [para realização dos leilões] já passou pelo ministério da Fazenda e está em análise no ministério do Planejamento”, afirmou Geller, em visita a sede da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). “Agora estamos coletando as demandas do setor, para realizar os leilões no momento adequado”, complementou.
O benefício também contempla produtores que já fizeram a colheita do cereal. “Basta colocar o produto em um armazém credenciado, levar o recibo e receber o dinheiro”, assegura o ministro.
A possibilidade de intervenção já havia sido sinalizada há duas semanas, durante a 37ª Expointer, em Esteio (RS), quando o ministrou estimou que seria possível adquirir entre 800 mil e 1 milhão de toneladas para composição de estoques públicos, além de apoio ao escoamento de até 6 milhões de toneladas do cereal via leilões.
O apoio governamental é avaliado positivamente pelo setor para manter a viabilidade da atividade. “O volume não é muito grande mas é um volume que sai do mercado, e isso é importantíssimo”, avalia diretor presidente da cooperativa Castrolanda (Campos Gerais), Frans Borg. Há cerca de três meses a cooperativa iniciou a operação de um moinho de trigo com capacidade para processamento de 400 toneladas por dia, em parceira com as cooperativas Batavo e Capal.
Viés de baixa
A medida tenta conter a desvalorização do trigo nos dois principais estados produtores do grão (Paraná e Rio Grande do Sul) que devem ajudar o país a colher uma safra recorde de 7,6 milhões de toneladas. Com a ocorrência de geadas na última safra houve redução na oferta e os produtores paranaenses chegaram a receber mais de R$ 50 pela saca de 60 quilos. Agora, pouco mais de um ano depois, a cotação caiu abaixo de R$ 30/saca.
O presidente da Ocepar João Paulo Koslovski considera positiva a intervenção, mas a entidade defende outras ações do governo federal para dar sustentação a atividade. Um conjunto de reivindicações foi entregue a Geller, contendo demandas como a a inclusão das indústrias de trigo na lista de beneficiárias do Programa de Construção e Ampliação de Armazéns (PCA).
(Emilly Andrade/FETRACOOP)
FONTE: Gazeta do Povo/Agronegocio