Expectativa de vida no Paraná aumenta 12,1 anos desde 1980
O Paraná avançou, entre 1980 e 2013, 12,1 anos na expectativa de vida da população, que subiu para 76,2 anos. Entre os estados do Sul, foi o maior avanço do período e o estado se aproximou dos vizinhos da região, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta segunda-feira (1.º).
A Tábua de Mortalidade do IBGE revelou que o Paraná avançou para uma expectativa de vida de 76,2 anos em 2013, contra 64,0 de 1980 - os números são arredondados pelo instituto. O avanço, contudo, foi menor do que a média nacional (12,4) e ficou abaixo de estados do Nordeste.
O estado continua com a menor expectativa de vida da Região Sul, mas está mais próximo dos vizinhos Rio Grande do Sul (76,9 anos) e Santa Catarina (78,1) no tempo de vida da população.
Melhorias
Na análise do professor de Geografia Francisco Mendonça, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o aumento na expectativa de vida do paranaense é um reflexo da maior industrialização do estado e políticas públicas voltadas para serviços e áreas sociais. "Aqueles governos que tiveram enfoque mais para o lado social melhoraram esses números", diz.
Na década de 1980, segundo o professor "era surpreendente" o Paraná ter índices abaixo dos registrados por Santa Catarina. "O Paraná tinha já naquela época um perfil econômico superior ao de Santa Catarina e esse (expectativa de vida) era um dos indicadores mais preocupantes por causa dessa discrepância", diz.
Em âmbito nacional, o Paraná tem a sétima maior expectativa de vida do Brasil, atrás de Santa Catarina (78,1), Distrito Federal (77,3), São Paulo> (77,2), Espírito Santo (77,1), Rio Grande do Sul (76,9) e Minas Gerais (76,4).
Homens e mulheres
As mulheres estão vivendo cada vez mais em comparação com os homens no Paraná, segundo a Tábua de Mortalidade do IBGE. A diferença de expectativa de vida entre os dois sexos subiu de 5,2 anos para 6,8 anos no período analisado.
Em 2013, as mulheres nascidas no Paraná tinham expectativa de vida de 79,6 anos contra 72,8 anos dos homens. Os números na média nacional não são tão diferentes. No Brasil, cresceu de 6,1 para 7,3 a diferença de expectativa entre homens, que tendem a viver até 71,3 anos em média, e mulheres, que vivem 78,6 anos.
O aumento da diferença está associado, segundo análise do professor Mendonça, ao aumento da violência urbana, ao tipo de trabalho ao qual o homem está exposto e ao fato de as mulheres cuidarem mais da saúde. "A longevidade masculina é reduzida nos mais jovens por causa da violência. Também temos a questão do homem estar exposto a trabalhos mais insalubres. E também, culturalmente, o homem cuida menos da saúde do que a mulher", diz.
Fonte: Gazeta do Povo
(Emilly Andrade / FETRACOOP-PR)