Produtor aposta alto para repetir recorde.
Apesar de os custos operacionais terem aumentado entre 5% e 15%, os produtores de milho e soja de todas as regiões agrícolas do Paraná compraram tanto ou mais insumos que no ano passado na expectativa de repetir marcas recordes de produtividade. Durante viagem pelo Sudoeste, Oeste, Noroeste, Norte, Norte Pioneiro, Centro e Campos Gerais, a Expedição Safra Gazeta do Povo apurou que a aposta é de pelos menos R$ 5 bilhões na oleaginosa e de R$ 2 bilhões no cereal neste verão. Os cooperados da Coamo, maior cooperativa do país, com atuação concentrada na faixa entre o Centro-Oeste e o Sudoeste do estado, estão investindo R$ 1,1 mil por hectare de soja e R$ 2,1 mil por hectare de milho, conforme o gerente da assistência técnica, Nei Cesconetto. São R$ 1,76 bilhão e R$ 420 milhões respectivamente, valores 7% e 8% acima dos aplicados um ano atrás. Os custos estão sendo fechados à medida em que a safra avança. A compra de insumos começou em dezembro do ano passado e está sendo concluída agora. Os custos podem aumentar se for necessária aplicação de defensivos além da programada. “Os reajustes verificados nos defensivos foram pequenos, pouco acima da inflação [7,3% nos últimos 12 meses]. As compras ocorreram num bom momento, com o dólar desvalorizado. Como os preços dos grãos subiram mais, a expectativa é de uma boa safra e de um ótimo rendimento”, avaliou Cesconetto. Os preços médios da soja e do milho estão R$ 3 por saca acima dos praticados um ano atrás. Ontem, as cotações seguiam em R$ 43/sc e R$ 22/sc, respectivamente, conforme o Departamento de Economia Rural (Deral). Antecipação deu certo A estratégia de compras antecipadas colocada em prática pelas cooperativas deu certo neste ano, aponta Alberto Santin, gerente comercial da Coopertradição, de Pato Branco (Sudoeste). “Não esperamos o lançamento de campanhas de venda por parte das indústrias, nos antecipamos”. A empresa começou a adquirir insumos para 2011/12 ainda no ano passado, e conseguiu limitar os custos da soja a R$ 550 por hectare de soja e a R$ 1,4 mil por hectare de milho. O agrônomo Leandro Bren, da cooperativa Agrária, de Entre Rios, distrito de Guarapuava (Centro) – região que mais investe em milho – avalia que as vendas realizadas antes mesmo do plantio permitiram que os produtores cobrissem boa parte dos custos. Foram gastos R$ 2,5 mil por hectare do cereal. Na soja, a aposta chegou a R$ 1,3 mil por hectare. O investimento é considerado suficiente para que se repitam médias recordes de 3,6 mil kg/ha e 11,2 mil kg/ha, na mesma ordem, alcançadas no último ano. O quadro de preços de insumos no plantio e de cotações elevadas na colheita é excelente para os produtores, avalia o coordenador da Coopavel, de Cascavel, Itacir Afonso Tosin. Ele considera, no entanto, que a tendência é de alta nos custos para a safrinha de milho, que começa em janeiro. “Os produtores devem gastar entre 15% e 20% a mais no próximo plantio”, avalia. Fonte: Site; Jornal Gazeta do Povo, (20/10/2011).