Mais desemprego no Paraná

Mais desemprego no Paraná

abatefrango.jpgPara os cerca de 1.500 trabalhadores da BR Foods – Carambeí (PR),  maio será um mês de sofrimento e agonia. A BRF dona das marcas Sadia e Perdigão, informou dia 3 de abril, que vai suspender, por até 5 meses, o abate de frangos na fábrica em Carambeí  a partir do dia 27 de maio.

"A decisão reforça a estratégia já anunciada de manter os estoques em níveis adequados para a operação da companhia, ao mesmo tempo em que priorizará gestão da oferta para assegurar o equilíbrio do sistema produtivo", afirmou a BRF em comunicado. Ou seja, com a interrupção da venda de aves aos países árabes, os estoques da empresa aumentaram e têm de ser colocados no mercado nacional. Consequentemente a unidade da Carambeí deixou de ser estratégica. A fábrica que terá as atividades interrompidas produz carne halal em grande quantidade.

A empresa disse que já começou a negociar com o sindicato da categoria as alternativas para manutenção dos postos de trabalho e que "todos os termos contratuais vigentes serão honrados junto aos atuais produtores da região".

Para o diretor da Fetracoop e presidente do Sintracoosul,  Joel Martins Ribeiro, “apesar desses trabalhadores não integrarem a categoria atendida pelo sindicato, preocupa-nos esse grande número de desempregados, num momento de sofrimento para a classe trabalhadora”. Joel também explicou que com o fechamento da unidade em Carambeí, todo um processo produtivo é interrompido, desde a produção de grãos e farelos para as aves, além de outros insumos, até a frota logística e o funil de exportações. “ Não serão apenas 1.500 trabalhadores atingidos, esse número será bem maior”, alertou Joel Martins.

Veto da Arábia

A BRF teve um frigorífico entre os 5 barrados pela Arábia Saudita em janeiro, mas o governo federal não informou qual unidade foi vetada. A empresa tem outros frigoríficos autorizados a venda aos países árabes, que são os maiores compradores do frango brasileiro.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, reconheceu que a decisão do presidente Jair Bolsonaro de abrir um escritório comercial em Jerusalém gerou um "desconforto" na relação da Arábia com o governo brasileiro.

 

Post Mario de Gomes
Foto: arquivo Fetracoop